
Em Estreito, no sul do Maranhão, estudantes da Escola João Castelo decidiram romper o silêncio que há tempos encobre a realidade de muitas escolas públicas do município. Com um simples celular, gravaram um vídeo mostrando o que os olhos das autoridades fingem não ver: banheiros quebrados, portas sem trancas, vasos sanitários inutilizados, pias e bebedouros destruídos, a caixa d’água prestes a cair e a falta constante de água.
Nas salas de aula, o calor é insuportável. A superlotação e o único aparelho de ar-condicionado funcionando mal conseguem amenizar a temperatura. Mesmo assim, os alunos seguem tentando aprender – entre o barulho, o suor e o sentimento de abandono. Ao final do vídeo, um depoimento coletivo emociona e incomoda.
A denúncia dos estudantes não é um caso isolado. Há anos, professores e vereadores vêm alertando para o colapso da infraestrutura escolar em Estreito. Em 2023, por exemplo, o vereador Rhayan Rodrigues denunciou o abandono da Escola Domingos Costa, com banheiros destruídos e salas degradadas. Mesmo com o discurso oficial de que “a educação é prioridade”, a realidade é outra.
Promessas são feitas, mas nunca saem do papel. A responsabilidade sobre a situação é compartilhada, mas a omissão do poder público municipal é evidente. A indiferença com que se trata a infraestrutura escolar em Estreito, é um retrato da forma como se trata o próprio futuro da cidade. O impacto do abandono vai muito além das paredes rachadas e do mau cheiro dos banheiros. A falta de estrutura afeta diretamente o rendimento, a saúde e a autoestima dos alunos.












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