A Perícia Oficial do Maranhão iniciou a análise das substâncias encontradas em um laboratório farmacêutico clandestino desativado na última semana em Itapecuru-Mirim. O trabalho está sendo conduzido pelo Instituto Laboratorial de Análises Forenses (Ilaf) e pelo Instituto de Criminalística (Icrim), com o objetivo de identificar a composição dos produtos e avaliar possíveis riscos à saúde pública e ao meio ambiente.
O laboratório foi fechado na quinta-feira (16) após uma operação da Polícia Civil, que contou com o apoio da Vigilância Sanitária Estadual e do Conselho Regional de Farmácia do Maranhão (CRF-MA). Localizado na Rua Mariana Luz, no Centro da cidade, o imóvel funcionava sem licença sanitária, estrutura adequada ou autorização dos órgãos reguladores.
Durante a inspeção, os agentes encontraram diversos produtos, entre eles canabidiol, clonazepam, procaína e testosterona, além de matérias-primas vencidas desde 2019. O ambiente apresentava também alto risco de incêndio e explosão, devido ao armazenamento inadequado de substâncias inflamáveis e cilindros de gases médicos.
Falsificação de medicamentos é alvo de investigação
De acordo com o perito James, o laboratório fabricava, embalava e vendia medicamentos de forma clandestina, sem as mínimas condições técnicas exigidas. “O local não tinha estrutura para esse tipo de atividade, nem autorização dos órgãos competentes”, afirmou.
Documentos apreendidos apontam que os produtos eram comercializados não apenas em cidades maranhenses, mas também enviados para Bahia e Rio de Janeiro, e até para o exterior, com registros de exportação para Colômbia, Itália e China.
Farmacêutica já havia sido investigada em Minas Gerais
A farmacêutica responsável pelo laboratório, que possui formação na área, já havia sido investigada em Minas Gerais por atividades semelhantes. Após ser autuada naquele estado, ela transferiu as operações para o Maranhão, mantendo inclusive rótulos com origem mineira nos produtos.
Durante a ação em Itapecuru-Mirim, cinco funcionárias foram ouvidas, e três autos foram lavrados: Termo de Infração, Termo de Fiscalização e Termo de Interdição. Todo o material foi encaminhado para análise pericial, que deve confirmar as substâncias e condições de manipulação.
A farmacêutica poderá responder por falsificação, adulteração ou alteração de produtos destinados ao uso terapêutico ou medicinal, além de outras infrações previstas na legislação sanitária e de saúde pública.













0 comentários